Olhamos para trás, queremos agradecemos a Deus pela oportunidade de termos vivido o Advento e o Natal em Família Amor de Deus. Agradecer o dom da generosidade. Os cabazes de Natal que fomos fazendo ao longo da caminhada de Advento, com a ajuda de cada um. Agradecer as flores que pais e filhos construíram e embelezaram o nosso presépio. Agradecer o momento de reconciliação que nos foi proporcionado. Agradecer a Eucaristia de Natal e toda a beleza da celebração. A música, os gestos, a cor, o sentir. Agradecer pelos gestos de carinho e de cuidado de uns com os outros. Gestos que de forma discreta, mas real, vão polvilhando as nossas vidas. Agradecer a presença de um Deus, que mesmo sendo criador de tudo, se faz pequeno e um de nós.
Obrigado por toda a generosidade…sinal real da presença do Amor de Deus entre nós.
Batam-me à porta
os que andam lá por fora, à neve;
batam os que tiverem frio ou sede;
os que sintam saudades de um carinho;
os desprezados;
os que há muito não vêem uma flor
e encontram só poeira no caminho;
os que não amam já nem já os ama ninguém;
os esquecidos de como se sorri;
os que não têm Mãe…
Batam-me à porta os Desgraçados,
os que têm os dedos calejados
dos dedos ásperos da Miséria,
os que travam desordens nas tavernas
e brincam às facadas,
os que não têm abrigo nem Amigo,
os que o Destino escarrou,
os que não foram crianças,
os que nasceram num bordel
e por quem passam todos sem olhar.
Batei à minha porta, Irmãos,
entrai, que eu tenho Amor pra vos dar…
E se eu também bater
(que eu também choro
muitas vezes, lá por fora;
também amargo tristezas;
que eu também sou Desgraçado)…
Pois se eu bater,
vinde logo depressa abrir-me a porta;
aquecei-me no meu lume;
dai-me do pão que eu parti
e do Amor que vos dei…
Deixai-me estar entre vós
como se fosse um de vós,
que eu também sou Desgraçado…
Ah! se eu bater
(mas é preciso que eu possa
ter força ainda nas mãos),
por Deus abri a porta, meus irmãos,
como se a casa fora vossa!…
In SERRA-MÃE , Ática, 1991 | Sebastião da Gama