Todos os anos, o colégio onde eu estudava, preparava uma linda festa. Era o momento que todos desejávamos aparecer e brilhar. No entanto, só podíamos participar a partir de determinada idade. Quando fiz onze anos convidaram-me para representar. Não cabia em mim de contente. Mas o meu entusiasmo durou pouco porque, entretanto, um colega meu foi convidado para desempenhar o papel principal. Para mim tinham reservado um papel muito secundário.
Quando cheguei a casa a minha mãe reparou na minha cara de tristeza. E quis saber a razão de tanta tristeza. Depois de terminar a explicação, ela foi buscar o lindo relógio de bolso do meu pai:
– Filho, este é o lindo relógio do teu pai. O que tu consegues ver é um mostrador e os ponteiros. E é realmente muito bonito.
De seguida, abriu a parte detrás do relógio e perguntou:
– E agora, o que consegues ver?
– Vejo um pequeno monte de rodinhas e parafusos.
Este relógio, continuou ela calmamente, tão necessário ao teu pai e exteriormente tão bonito, seria inútil se nele faltasse qualquer parte, mesmo a mais insignificante das rodinhas ou o menor dos parafusos.