gosto muito de abraçar. de abraçar com força. de abraçar com tempo. de abraçar com ternura e amor o coração de quem mais precisa. gosto deste verbo mais do que de todos os outros: abraçar. soa- me a colo, a esperança, a respirar fundo, a vento na cara e pés descalços e livres. soa-me a dar a mão a um coração magoado e ferido que não quer voltar a sofrer. e eu vou e abraço. e ajudo, com o que a vida me ensinou, a apanhar e a colar todos os pedaços que se partiram. e a sarar e a curar as feridas que se abriram. e então devolvo força, e esperança e fé. e levo todo o ar puro que tenho em reserva. e junto todos os balões de oxigénio que conheço para abraçar corações que estão sufocados, apertados e cansados. e depois, muito devagarinho, com açúcar e afecto, explico que vai passar. e provo com a minha vida que vai passar. que tudo passa. que eu sei porque já estive lá. e doeu. mas passou. e eu estou aqui. inteira, de pé, a sorrir e a agradecer. pronta para abraçar e ajudar. com luz e com uma razão certa para voltar sempre a acreditar. e sei – e explico – que essa razão vem de dentro do meu próprio coração. o mesmo que depois de tudo e de tanto, voltou a confiar e a bater, uma e outra vez, ao som do mais querido verbo amar.
(http://www.asnovenomeublog.com/)