O principezinho voltou no dia seguinte.
– Era melhor teres vindo à mesma hora – disse a raposa. – Por exemplo, se vieres às quatro horas, às três, já eu começo a estar feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sinto. Às quatro em ponto hei-de estar toda agitada e toda inquieta: fico a conhecer o preço da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca vou saber a que horas hei-de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito…Precisamos de rituais. – O que é um ritual? – disse o principezinho.
– Também é uma coisa de que toda a gente se esqueceu – disse a raposa.
– É o que torna um dia diferente dos outros dias e uma hora diferente das outras horas.
O Principezinho, Antoine de Saint-Exupéry