Morre lentamente quem não troca de ideias, quem não troca de discurso, quem não avança e evita as próprias contradições.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo e não se consegue rir dos próprios defeitos.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, as mesmas compras, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita o amor e prefere o preto no branco.
Morre lentamente quem faz da internet ou telemóvel o seu guru e seu parceiro diário, quem não compra um livro, mas consegue alienar-se diante de um tubo de imagens que ocupa tanto espaço na nossa vida.
(adptado de um poema de Pablo Neruda )