Um discípulo procurou um sábio e disse-lhe: – Preciso de lhe contar algo sobre uma pessoa! Nem imagina o que me contaram a respeito de…
Nem chegou a terminar a frase, quando o sábio ergueu os olhos e perguntou: – Espera um pouco.
O que me vais contar já passou pela malha das três peneiras?
– Peneiras? Que peneiras? Perguntou o discípulo. Sim. A primeira peneira, é a da verda- de.
Diz-me uma coisa, tens a certeza de que o que me vais contar é absolutamente verda- de?
– Não. Disse o discípulo. Não sei se é mesmo verdade? O que sei foi o que me conta- ram!
– Então não passaste na malha da primeira peneira.
Vamos então para a segunda peneira: a bondade.
Gostarias que os outros também dissessem essa mesma coisa a teu respeito?
– Não! Claro que não gostava!
– Também não passaste na segunda peneira.
Vamos agora para a terceira peneira: a necessidade.
Achas mesmo necessário contar-me isso que vinhas dizer? Resolve alguma coisa? Aju- da alguém? Melhora alguma coisa?
– Não, respondeu novamente o discípulo…
Ao passar pela malha das três peneiras, o discípulo compreendeu, que não era nem bom nem necessário contar.
E o sábio concluiu: – Se passar pelas três peneiras, conte! Senão, fique calado!